quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cinco razões contra a legalização da prostituição

A Plataforma "Junt@s por uma Europa Livre de Prostituição", faculta-nos hoje esta reflexão:

“Os Estados Partes tomam todas as medidas apropriadas, incluindo disposições legislativas, para suprimir todas as formas de tráfico das mulheres e de exploração da prostituição das mulheres”
CEDAW, Artigo 6º

1. A Lei portuguesa penaliza o lenocínio, não penaliza a prostituição: a legalização só irá beneficiar proxenetas, traficantes de se

res humanos e exploradores dessa indústria.

2. A legalização não protege as mulheres na prostituição, não promove a sua saúde, nem o seu direito à escolha. A prostituição, seja ilegal ou legal, na rua ou num bordel, é extremamente perigosa para as mulheres. Elas são alvo das mais variadas formas de violência, muito em particular das mais variadas e cruéis formas de violência sexual. A legalização não irá, por certo, acabar com a violência. A violência está patente na própria raiz da prostituição: o poder desigual. O poder do “cliente” que sabe que até os crimes mais graves (violência cruel, homicídio) passam impunes se forem cometidos contra uma prostituta. Sugerir que a legalização acaba com a violência é uma mentira, até porque não é possível proteger uma pessoa cuja fonte de rendimento a expõe a ser violada.

3. A legalização não aumenta o controle sobre a indústria do sexo, antes pelo contrário, faz crescer essa indústria e, paralelamente, faz crescer o seu lado ilegal, a prostituição clandestina, escondida, a prostituição de rua, a prostituição de crianças e o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual. A legalização já provou falhar noutros países europeus, como na Holanda, na Alemanha e na Suíça. A legalização não fez com que o tráfico de seres humanos diminuísse nem que o sistema protegesse essas mulheres da violência e das mais variadas formas de abuso. A indústria legalizada do sexo atraiu, como um íman, a indústria ilegal e o crime organizado. Em todos os países onde a prostituição foi legalizada, o tráfico de seres humanos cresceu e o número de bordéis ilegais multiplicou. Na Europa, o maior país importador de seres humanos traficados para fins de exploração sexual é a Alemanha, onde milhares de mulheres são importadas anualmente para serem escravas nos bordéis.

4. A legalização da prostituição aumenta a procura da prostituição, em termos internos e externos, ou seja, o turismo sexual. Empodera os “clientes” e faz com que a compra de sexo e a exploração do corpo de pessoas em situação fragilizada seja um ato socialmente aceite. Com a legalização da prostituição o dinheiro sujo torna-se, de repente, limpo. Atos ilegais, de repente, tornam-se legais. Os proxenetas tornam-se, de repente, homens de negócios e empresários. Apesar da troca de etiqueta, as formas, os métodos e as técnicas dos proxenetas e dos mafiosos não mudam, e a exploração, a violência e a opressão continuam presentes na vida das mulheres envolvidas. As únicas mentalidades que acabam por ser minimamente alteradas são as dos homens que eventualmente antes nunca haviam pensado em pagar para ter sexo com mulheres prostituídas pelo facto de tal prática se constituir ilegal; com a legalização, podem pensar que é absolutamente aceitável e normal usar as mulheres como mercadoria sexual.

5. O Estado precisa de combater a pobreza feminina empoderando as mulheres para que consigam sair da sua situação de exploração e violência, não legalizando e formalizando essa situação. A vasta maioria das pessoas prostituídas não quer partilhar com a família/amig@s/conhecid@s o que faz e, se tivesse outra oportunidade, fazia outro tipo de actividade económica. Considerar a prostituição uma maneira legítima do combate à pobreza feminina é cruel, desumano e altamente discriminatório em termos de género.

Teatro: "Senti um vazio"

A Casa da Esquina, em Coimbra, vai exibir a peça de teatro "Senti Um Vazio". Retrata a vida de uma rapariga vítima de tráfico humano, numa viagem de um triste conto de fadas desde o seu apartamento até à cela da sua prisão.


A protagonista é Cláudia Carvalho, que criou a peça "ergue-te", e é professora de teatro no colégio de S. Teotónio.
Parabéns, Cláudia, pela teu desempenho e ligação a estas causas!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A propósito da campanha a favor do "trabalho sexual"


Na semana em que algumas organizações lançam uma campanha a favor do "trabalho sexual", a nossa experiência diz-nos que a realidade é muito mais complexa, dolorosa e traumatizante! De facto, o "trabalho sexual" - assim referido - não pode ser equiparado a qualquer outro trabalho. E, nesta reportagem (exibida ontem pela SIC Notícias), as razões tornam-se  tão óbvias!
Aqui é apresentado o outro lado... e o nosso!


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Seminário: Em Privado Com a Mulher Pública

Seminário: Em Privado Com a Mulher Pública
                Um Contributo para a Mudança Social

Auditório da Escola Superior de Educação
Polo B, Rua 5 de Outubro, Coimbra

30 de novembro de 2012





Inscrição: Equipa de Intervenção Social ERGUE-TE
                  Av. Fernão de Magalhães, 136, 3º Z, 3000-171 Coimbra
                 239820090 | 917099202 | 927108274
                 equipa.erguete@gmail.com

NIB - 003502550023915553008
         (enviar comprovativo de transferência para emissão de recibo)



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mais um passo para a inclusão social...

No passado dia 25 de setembro, a Equipa de Intervenção Social ERGUE-TE, em colaboração com o CEARTE, deu início a um curso de formação sobre técnicas básicas de confeção-execução de acessórios. Este curso terá uma duração de 125 horas e é dirigido para mulheres em acompanhamento e colaboradores/as da Equipa (técnicos/as e voluntárias).
O objetivo último desta formação é a implementação de uma Estrutura de Emprego Protegido (EEP), num futuro próximo, que possibilitará a criação de alguns postos de trabalho, com vista à inserção das "nossas mulheres" no mercado laboral.
Acreditamos que este é um marco muito importante e decisivo na intervenção da Equipa ERGUE-TE.

O espaço de trabalho na sala AE - edifício azul.