Este texto intitulado "É muito mais que mérito, é gratidão", deu o mote a uma reflexão no âmbito de uma reunião com o grupo de voluntárias. A partir dele, cada uma partilhou o que sentia na sua ação como voluntária da Equipa ERGUE-TE.
Estes momentos são fundamentais para nos re-situarmos, consciencializarmos e entrarmos em sintonia. Às vezes - devido às diversas circunstâncias da vida - "dessintonizamo-nos"... e há que parar, escutar(mo-nos), encontrar o verdadeiro sentido e voltar a sintonizar no essencial, no que perdura... voltar à verdadeira Fonte.
O trabalho e compromisso ao nível do voluntariado tem tanto de belo e sublime como pode ter de falacioso, se for vivido na superfície da gratificação imediata e da compensação. Sem uma ligação e relação com a verdadeira Fonte, tudo pode ser dúbio, oscilante, frustrante e vazio...
"Recebeste de graça, dai de graça." (Mt 10, 8)
«Não é fácil viver da gratidão porque, normalmente, é mais fácil dar do que receber. Receber torna-nos de alguma forma dependentes e agradecer é reconhecer que aquilo que o outro nos dá também nos constrói como pessoas e habituamo-nos a prezar muito a auto-suficiência.
Seria tudo muito mais fácil se a vida, o mundo, a
fé, o amor fossem apenas uma questão de mérito. Se merecêssemos, tínhamos; se
não merecêssemos, não tínhamos. Era até muito mais “justo”. Seria, no fundo,
uma questão de direitos. O problema é que temos direito a muito poucas coisas,
porque aquilo que nos é dado não é um direito nosso. E o que é que não nos é
dado?
Tudo muda quando deixamos de ver a vida e o mundo e os outros como direitos, mas passamos a olhar para tudo como dom: começamos a perceber que a vida, a bondade, a virtude e, sobretudo, o amor, são muito mais do que questões de mérito, são questões de gratidão, de saber estender as mãos, de saber pedir, de saber receber d’Aquele que é Fonte.
Tudo muda quando deixamos de ver a vida e o mundo e os outros como direitos, mas passamos a olhar para tudo como dom: começamos a perceber que a vida, a bondade, a virtude e, sobretudo, o amor, são muito mais do que questões de mérito, são questões de gratidão, de saber estender as mãos, de saber pedir, de saber receber d’Aquele que é Fonte.
E, por vezes, parece que o primeiro passo é apenas mudar a
forma de olhar. Que deixemos, então, o nosso olhar ser transformado.»
Duarte Rosado, sj
Duarte Rosado, sj
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